Policia Federal Indício Pablo Marçal por Uso de Laudo Falso

Polícia Federal Indício Pablo Marçal por Uso de Laudo Falso

A Polícia Federal (PF) indiciou Pablo Marçal, ex-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, por suspeita de uso de laudo falso durante a campanha eleitoral de 2022. Em 4 de outubro, dias antes do primeiro turno, Marçal divulgou um documento médico falso nas redes sociais. Esse documento, segundo ele, comprometeu seu adversário Guilherme Boulos, do PSOL. A PF, após análise pericial, confirmou que a assinatura do médico no laudo era falsa, abrindo assim um inquérito formal contra Marçal.

Desdobramentos do Indiciamento

Inicialmente, a PF apenas investigava Marçal. No entanto, com a conclusão da perícia, a situação evoluiu para um indiciamento formal. Esse avanço ocorre quando os pesquisadores encontram elementos suficientes para atingir uma prática de crime possível. Agora, o Ministério Público analisará o caso e decidirá se apresenta ou não uma denúncia formal. Se o Judiciário aceitar esta denúncia, Marçal responderá a um processo criminal.

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Marçal prestou depoimento na última sexta-feira (8), por cerca de três horas, na Superintendência Regional da PF, em São Paulo. Durante o depoimento, ele negou qualquer envolvimento direto na publicação do documento e afirmou que sua equipe foi responsável pela postagem. Além disso, segundo sua assessoria, o empresário acredita que será inocente ao fim do processo, demonstrando, assim, confiança na justiça.

Críticas ao Ritmo da Investigação

A assessoria de Marçal criticou a rapidez com que a PF transferiu o caso, indicando, assim, um tratamento diferenciado devido ao alinhamento político do candidato. Segundo a assessoria, “o julgamento moral acelera quando se trata de alguém identificado com a direita. Além disso, em apenas 34 dias, a PF indiciou Marçal, um registro”. Por fim, a equipe de Marçal declarou acreditar em uma resolução breve e positiva, demonstrando confiança na justiça.

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Resultado da Perícia e Conclusões sobre a Falsificação

No dia 7 de outubro, os peritos da PF concluíram que a assinatura no documento compartilhado por Marçal era falsa. Ao comparar a assinatura do médico José Roberto de Souza com exemplos de assinaturas autênticas, os peritos confirmaram a falsificação. Souza, que faleceu em 2022, nunca trabalhou na clínica Mais Consulta e não realizou atendimentos para dependência química, segundo sua filha, a oftalmologista Aline Garcia Souza.

Durante a análise, os peritos identificaram, portanto, diferenças importantes entre a assinatura questionada e os padrões reais de Souza. Além disso, essas dissimilaridades, apresentadas tanto no estilo gráfico quanto na forma de execução, reforçam ainda mais a suspeita de falsificação.

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Dúvidas sobre a Autenticidade e Recomendação de Novas Análises

Além disso, os peritos destacaram a dificuldade de validar as exceções do documento, já que ele foi apresentado apenas em formato digital. Eles recomendaram que novas investigações fossem realizadas para confirmar a originalidade do documento, incluindo a comparação com documentos emitidos pela clínica Mais Consulta. Segundo a PF, nos casos em que documentos digitais não possuem elementos de segurança, exames adicionais se tornam necessários para garantir a veracidade.

Ação Judicial Contra Marçal e Pedido de Inelegibilidade

Além do inquérito, a filha do médico, Carla Maria de Oliveira e Souza, moveu uma ação judicial contra Marçal no sábado (5). Ela pediu a inelegibilidade de Marçal, considerando a gravidade do caso e a urgência da situação. Representada pelo advogado Felipe Torello Teixeira Nogueira, Carla busca justiça pela fraude envolvida no nome de seu pai. Essa ação judicial visa impedir Marçal de concorrer a eleições futuras, caso se comprove o uso de documento falso.

O caso de Marçal coloca em evidência, portanto, a importância da ética em campanhas eleitorais e reforça, assim, uma necessidade de responsabilidade. Além disso, em processos democráticos, a integridade deve ser preservada para garantir uma competição justa e transparente.

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