Os Estados Unidos manifestaram seu apoio ao Brasil e à Argentina diante das “ações ameaçadoras” do regime chavista

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Brian Nichols, subsecretário de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental dos Estados Unidos (EFE/Bienvenido Velasco)
Brian Nichols, subsecretário de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental dos Estados Unidos (EFE/Bienvenido Velasco)

Os Estados Unidos manifestaram este sábado seu “apoio inabalável” ao Brasil e à Argentina depois que o regime de Nicolás Maduro revogou a permissão do governo Lula da Silva para vigiar a embaixada argentina em Caracas em meio ao cerco das forças de segurança da ditadura chavista.

“Expressamos nosso apoio inabalável aos governos do Brasil e da Argentina diante das ações ameaçadoras dos representantes de Maduro na Venezuela”observou em suas redes sociais Brian NicholsSubsecretário de Estado dos Estados Unidos para Assuntos do Hemisfério Ocidental.

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E ele acrescentou: “Maduro deve acabar com a sua repressão e intimidação contra o povo venezuelano.”

Washington junta-se assim a vários países da região que condenaram este sábado as ações da ditadura venezuelana.

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O Uruguai destacou que, com esta decisão, o regime viola “a Convenção de Caracas sobre Asilo Diplomático de 1954” e “a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961” e, portanto, “responsabiliza as autoridades locais pela segurança” dos seis oponentes que estão asilados na Embaixada da Argentina.

O governo de Luis Lacalle Pou também alertou que As ações do ditador Maduro representam uma “nova subjugação de direitos”.

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Veículos do Serviço Nacional Bolivariano de Inteligência circulam em frente à residência do embaixador argentino, onde seis membros da oposição solicitaram asilo após mandados de prisão terem sido emitidos contra eles em março (REUTERS/Leonardo Fernández Viloria)
Veículos do Serviço Nacional Bolivariano de Inteligência circulam em frente à residência do embaixador argentino, onde seis membros da oposição solicitaram asilo após mandados de prisão terem sido emitidos contra eles em março (REUTERS/Leonardo Fernández Viloria)

O presidente do Panamá, José Raúl Mulinotambém rejeitou “fortemente qualquer tentativa do regime venezuelano de violar a imunidade diplomática da sede argentina” e destacou que “o direito internacional público e o seu respeito absoluto é a única ferramenta para a coexistência pacífica dos povos”.

Em comunicado divulgado nas redes sociais, o Ministério das Relações Exteriores do Paraguai manifestou seu pesar pela situação e rejeitou a atuação do chavismo, que “viola os princípios consagrados na Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas”.

Assegurou também que não reconhecerá esta última disposição do partido no poder e ratificou que “O Paraguai reconhece a República Federativa do Brasil pela representação assumida “na salvaguarda dos interesses e da custódia das propriedades da República Argentina na República Bolivariana da Venezuela”.

Por fim, instou Caracas a “respeitar os padrões internacionais”, que garantem a proteção e o bem-estar tanto da propriedade como dos seis líderes da oposição que ali estão asilados há 170 dias.

O primeiro a se manifestar após o anúncio do regime venezuelano foi o governo de Gabriel Boric no Chile.

A bandeira do Brasil hasteada na Embaixada da Argentina em Caracas (EFE/Henry Chirinos)
A bandeira do Brasil hasteada na Embaixada da Argentina em Caracas (EFE/Henry Chirinos)

“O Governo do Chile expressa sua preocupação com a decisão do Governo da Venezuela de revogar, imediata e injustificadaa autorização que havia sido concedida ao Brasil para fornecer proteção e custódia à Embaixada da Argentina em Caracas”, diz o comunicado divulgado pelo Itamaraty.

E acrescenta: “Expressamos nossa rejeição a esta decisão e nossa solidariedade aos governos da Argentina e do Brasil pela situação que atravessam neste momento.”

A ditadura de Maduro informou neste sábado que tomou a decisão de revogar, “imediata” e unilateralmente, a permissão para o Brasil vigiar a Embaixada da Argentina em Caracas.

Em comunicado divulgado pelo Itamaraty, o Executivo de Lula da Silva expressou que “recebeu com surpresa a comunicação do Governo venezuelano, que pretende revogar o seu consentimento para que o Brasil proteja os interesses da Argentina na Venezuela” e observou que não dará origem à ordem, baseada em tratados internacionais que lhe garantem a continuidade na função.

“De acordo com as Convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas e Relações Consulares, o Brasil permanecerá sob a custódia e defesa dos interesses argentinos até que o governo argentino indique outro Estado aceitável ao governo venezuelano para exercer as funções mencionadas”, diz a carta que então. destaca, “neste contexto, nos termos das Convenções de Viena, a inviolabilidade das instalações da missão diplomática argentina, que atualmente abriga seis requerentes de asilo venezuelanos, além de bens e arquivos”.

O ditador Maduro intensificou a repressão contra a oposição venezuelana (EFE/Miguel Gutiérrez)
O ditador Maduro intensificou a repressão contra a oposição venezuelana (EFE/Miguel Gutiérrez)

A Argentina, por sua vez, rejeitou a medida e alertou o regime venezuelano que deve respeitar a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas.

Agentes de segurança do Estado cercaram a embaixada desde a noite de sexta-feira. Neste “sábado, 7 de setembro, continua o cerco à residência argentina em Caracas, protegida pelo Brasil. Aumento da presença de funcionários encapuzados. Eles fecharam a passagem de veículos na rua. Ainda estamos sem eletricidade”, publicou Pedro Urruchurtu, um dos refugiados opositores, no X.

Além de Urruchurtu, também há requerentes de asilo Magalli Medagerente de campanha; o ex-deputado Omar Gonzálezmembro da Voluntad Popular (VV); Claudia MaceroCoordenador de Comunicações VV; Humberto Villaloboscoordenador eleitoral do Comando de Campanha VV; e o ex-ministro Fernando Martínez Mottolaassessor da Plataforma Democrática Unitária (PUD), principal bloco de oposição.

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