O Supremo Tribunal Federal do Brasil manteve o bloqueio da rede social apesar do fato de que a empresa do magnata Elon Musk Ele nomeou um representante legal no país na sexta-feira, conforme exigido pela mais alta corte.
O magistrado Alexandre de Moraes emitiu no sábado uma nova resolução dando cinco dias à empresa para apresentar documentos adicionais que comprovem a nomeação de advogado, por considerar que o pedido do tribunal não foi “devidamente” cumprido.
Além disso, solicitou ao Governo e ao Banco Central que informem em até 48 horas sobre a situação cadastral da plataforma, enquanto o Supremo avalia Qual o total das multas pendentes a pagar.
Após três semanas de bloqueio, o X, antes chamado de Twitter, cedeu na sexta-feira às exigências do tribunal, que investiga o papel da plataforma na disseminação de notícias falsas.
A decisão foi uma ação inesperada de Musk, dono e controlador de X, depois de dizer que se recusou a obedecer ao que chamou de ordens ilegais de censurar vozes em sua rede social. Musk demitiu funcionários locais e se recusou a pagar multas. A Justiça respondeu bloqueando X em todo o Brasil no mês passado.
Agora, os advogados de X disseram que a empresa fez exatamente o que Musk prometeu não fazer: Suspender contas que um juiz brasileiro ordenou que fossem removidas porque disse que ameaçavam a democracia do Brasil. Os advogados afirmaram que X também cumpriu as demais exigências da justiça, incluindo o pagamento de multas e a nomeação de um novo representante oficial no país.
A decisão da rede social de nomear um representante legal ocorreu um dia depois de De Moraes multá-la em cinco milhões de reais por dia. (cerca de 900.000 dólares ou 800.000 euros) por tentar contornar o bloqueio.
Muitos dos milhões de brasileiros com conta na plataforma recuperaram o acesso esta semana após uma mudança no IP do X.
A rede social explicou que mudou de provedor para prestar um melhor serviço aos seus usuários latino-americanos e não para contornar o bloqueio, mas o tribunal rejeitou a explicação.
Além disso, De Moraes apontou para link estelarempresa de internet via satélite que também pertence a Musk, como responsabilidade solidária caso X não pague a multa.
A rede social anunciou em agosto o fechamento de seu escritório no Brasil e disse que não cumpriria as ordens do Supremo para eliminar determinados perfis de pessoas suspeito de espalhar notícias falsasconsiderando-os “ilegais”.
Musk começou a atacar De Moraes, responsável pela investigação, acusando-o de ser um “ditador de toga”, e apoiou os apelos da extrema direita brasileira do ex-presidente JairBolsonaro para demiti-lo.
Após o bloqueio de X, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silvaapelou à rede social para que cumpra as decisões do Supremo e afirmou que toda empresa com presença no país deve cumprir as leis.
(Com informações da EFE)