O Equador declarou estado de emergência em Quito e outras sete jurisdições devido à grave crise de segurança

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Um novo estado de exceção inclui Quito nas áreas com medidas especiais e suspensão de determinados direitos. (Foto AP/Dolores Ochoa)
Um novo estado de exceção inclui Quito nas áreas com medidas especiais e suspensão de certos direitos. (Foto AP/Dolores Ochoa)

O presidente do Equador, Daniel Noboa declarou um novo estado de exceção focado em diversas províncias e cidades do país, incluindo desta vez Quito. A medida foi tomada em resposta ao alarmante aumento da violência e da insegurança gerada por grupos armados organizados, que operam através do tráfico de drogas, mineração ilegal e outros crimes graves, segundo o decreto. O objectivo, explicou a Presidência, é restabelecer a paz e a ordem nas zonas mais afectadas, com a intervenção das Forças Armadas e da Polícia Nacional.

O decreto estabelece a medida nas províncias de Guayas, Los Ríos, Manabí, Orellana, Santa Elena, El Orona costa equatoriana e no cantão Camilo Ponce Enriquez na província montanhosa de Azuay. Ao contrário das ocasiões anteriores, desta vez Quitocapital do país, também foi incluída devido ao preocupante aumento da criminalidade na cidade.

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Segundo o documento oficial, a inclusão de Quito responde aos recentes ataques violentos e apreensões de armas. Um relatório da Polícia Nacional indicou que foram realizadas batidas nas quais rifles, granadas e explosivos em diferentes setores da cidadeevidenciando a infiltração de grupos narcocriminosos que atuam na capital. Além disso, vários ataques armados em locais públicos – incluindo o assassinato de um funcionário do serviço penitenciário – e a crescente insegurança em áreas residenciais e comerciais dispararam os alarmes do governo.

ARQUIVO. Soldados num veículo blindado patrulham o centro histórico da cidade após um surto de violência um dia depois de o presidente do Equador, Daniel Noboa, ter declarado conflito armado interno. (REUTERS/Karen Toro)
ARQUIVO. Soldados num veículo blindado patrulham o centro histórico da cidade após um surto de violência um dia depois de o presidente do Equador, Daniel Noboa, ter declarado conflito armado interno. (REUTERS/Karen Toro)

No âmbito do estado de emergência, o decreto impõe também uma recolher obrigatório em 20 áreas das províncias afetadas: Camilo Ponce Enríquez (Azuay); Paróquia de Durán, Balao e Tenguel (Guayas); Babahoyo, Buena Fe, Quevedo, Pueblo Viejo, Vinces, Valencia, Ventanas, Mocache, Urdaneta, Baba, Palenque, Quinsaloma, Montalvo (Los Ríos); A Jóia dos Sachas, Puerto Francisco de Orellana, Loreto (Orellana). Esta restrição à liberdade de circulação entrará em vigor das 22h00 às 5h00e procura limitar a mobilidade durante horas críticas para atividades criminosas. Segundo o governo, esta medida é crucial para controlar os territórios mais perigosos e evitar que grupos armados continuem a cometer actos violentos durante a noite e de manhã cedo.

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O estado de emergência inclui a suspensão temporária de alguns direitos constitucionais, como liberdade de reunião e associaçãoa fim de facilitar as operações de aplicação da lei. O uso da força pelas Forças Armadas e pela Polícia Nacional foi autorizado de forma “extraordinária, subordinada e complementar” às funções de segurança civil.

Segundo relatórios do Comando Conjunto das Forças Armadas, o Equador passou de país de trânsito a país de trânsito. centro-chave do tráfico internacional de drogaso que gerou uma espiral de violência. Segundo relatório do Ministério do Interior, citado no decreto: “Desde janeiro de 2024, foram documentados 500 homicídios dolosos, dos quais 363 correspondem a duplos homicídios, 96 a triplos homicídios, e assim por diante, até eventos de até para 10 vítimas em um único ataque. Isto não só mostra a brutalidade dos atos, mas também uma estratégia operacional que procura causar um impacto psicológico na sociedade e nas autoridades. Os números indicam que grupos criminosos atuam com nível alarmante de organização e letalidade”.

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Imagem de arquivo de uma área isolada pela polícia após um assassinato em Guayaquil. (REUTERS/Vicente Gaibor del Pino)
Imagem de arquivo de uma área isolada pela polícia após um assassinato em Guayaquil. (REUTERS/Vicente Gaibor del Pino)

O decreto também faz referência ao aumento da violência nas prisões. O Serviço Nacional de Atenção Integral às Pessoas Privadas de Liberdade (SNAI) informou que as operações de controle de armas e explosivos revelaram a presença de itens proibidos no interior dos centros penitenciários. Além disso, foram descobertas ligações entre atividades criminosas dentro das prisões e crimes fora delas.

O estado de emergência terá uma duração inicial de 60 dias, podendo ser renovado por mais 30 dias se a situação o justificar.

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