O presidente do Equador, Daniel Noboa declarou um novo estado de exceção focado em diversas províncias e cidades do país, incluindo desta vez Quito. A medida foi tomada em resposta ao alarmante aumento da violência e da insegurança gerada por grupos armados organizados, que operam através do tráfico de drogas, mineração ilegal e outros crimes graves, segundo o decreto. O objectivo, explicou a Presidência, é restabelecer a paz e a ordem nas zonas mais afectadas, com a intervenção das Forças Armadas e da Polícia Nacional.
O decreto estabelece a medida nas províncias de Guayas, Los Ríos, Manabí, Orellana, Santa Elena, El Orona costa equatoriana e no cantão Camilo Ponce Enriquez na província montanhosa de Azuay. Ao contrário das ocasiões anteriores, desta vez Quitocapital do país, também foi incluída devido ao preocupante aumento da criminalidade na cidade.
Segundo o documento oficial, a inclusão de Quito responde aos recentes ataques violentos e apreensões de armas. Um relatório da Polícia Nacional indicou que foram realizadas batidas nas quais rifles, granadas e explosivos em diferentes setores da cidadeevidenciando a infiltração de grupos narcocriminosos que atuam na capital. Além disso, vários ataques armados em locais públicos – incluindo o assassinato de um funcionário do serviço penitenciário – e a crescente insegurança em áreas residenciais e comerciais dispararam os alarmes do governo.
No âmbito do estado de emergência, o decreto impõe também uma recolher obrigatório em 20 áreas das províncias afetadas: Camilo Ponce Enríquez (Azuay); Paróquia de Durán, Balao e Tenguel (Guayas); Babahoyo, Buena Fe, Quevedo, Pueblo Viejo, Vinces, Valencia, Ventanas, Mocache, Urdaneta, Baba, Palenque, Quinsaloma, Montalvo (Los Ríos); A Jóia dos Sachas, Puerto Francisco de Orellana, Loreto (Orellana). Esta restrição à liberdade de circulação entrará em vigor das 22h00 às 5h00e procura limitar a mobilidade durante horas críticas para atividades criminosas. Segundo o governo, esta medida é crucial para controlar os territórios mais perigosos e evitar que grupos armados continuem a cometer actos violentos durante a noite e de manhã cedo.
O estado de emergência inclui a suspensão temporária de alguns direitos constitucionais, como liberdade de reunião e associaçãoa fim de facilitar as operações de aplicação da lei. O uso da força pelas Forças Armadas e pela Polícia Nacional foi autorizado de forma “extraordinária, subordinada e complementar” às funções de segurança civil.
Segundo relatórios do Comando Conjunto das Forças Armadas, o Equador passou de país de trânsito a país de trânsito. centro-chave do tráfico internacional de drogaso que gerou uma espiral de violência. Segundo relatório do Ministério do Interior, citado no decreto: “Desde janeiro de 2024, foram documentados 500 homicídios dolosos, dos quais 363 correspondem a duplos homicídios, 96 a triplos homicídios, e assim por diante, até eventos de até para 10 vítimas em um único ataque. Isto não só mostra a brutalidade dos atos, mas também uma estratégia operacional que procura causar um impacto psicológico na sociedade e nas autoridades. Os números indicam que grupos criminosos atuam com nível alarmante de organização e letalidade”.
O decreto também faz referência ao aumento da violência nas prisões. O Serviço Nacional de Atenção Integral às Pessoas Privadas de Liberdade (SNAI) informou que as operações de controle de armas e explosivos revelaram a presença de itens proibidos no interior dos centros penitenciários. Além disso, foram descobertas ligações entre atividades criminosas dentro das prisões e crimes fora delas.
O estado de emergência terá uma duração inicial de 60 dias, podendo ser renovado por mais 30 dias se a situação o justificar.