O reinício do Eliminatórias Sul-Americanas 2026 está prestes a começar e o Peru jogará tudo ou nada contra Colômbia em Lima, nesta sexta-feira, 6 de setembro, no Estádio Nacional. O ‘branco-vermelho’ Ele sairá com a missão de comemorar sua primeira vitória no Eliminatóriaspois não terá margem para erros por passar por um momento difícil: último da classificação com dois pontos.
Não é o melhor momento do futebol ‘bicolor’ e será difícil reverter tudo contra o vice-campeão do Copa América 2024. Adriano Magnoli, Jornalista da DirecTV, fez uma análise exaustiva com Infobae Peru do encontro entre a seleção nacional e o ‘produtores de café’. É uma palavra autorizada porque foi jogador do Boca Juniors e diretor técnico de diversos clubes importantes como o Deportivo Pereira. Colombiano nacionalizado argentino conhece a fundo o presente do time Nestor Lourenço.
Revelou o ponto fraco dos colombianos, a realidade James Rodríguezo jogador peruano que preocupa o rival, as chances que ele tem Kevin Serna de ser chamado e muito mais.
-Como você analisa Peru x Colômbia?
É outra hora, o Peru agora tem mais tempo para trabalhar, não é como no ano passado quando terminou em último nas Eliminatórias. Na Copa América vi coisas nele, vi uma mudança nele. É uma equipe necessitada com um treinador que arrisca, e se não conseguir um resultado positivo contra a Colômbia é uma vitória e não um empate. Seis vão direto para a Copa do Mundo e o outro passa para os playoffs. O Peru teria que estar lá pela história, pelo que Ricardo Gareca plantou, pelos jogadores importantes que tem em vários campeonatos.
– A superioridade dos ‘cafeicultores’ é inegável….
A Colômbia é a criança do filme, realmente cresceu muito, está em nono lugar no ranking da FIFA. Ele está fazendo as coisas muito bem e tem muitos jogadores de ponta com um presente muito bom. A única questão é James Rodríguez… Quem é o melhor jogador? Quem foi o melhor na Copa América? A Copa América terminou e só faltaram Alianza Lima e Sporting Cristal. Ofereceram para todo mundo, ninguém aceitou. O único que levantou a mão foi o Rayo Vallecano, e ele teve que assinar no último minuto porque não tinha time. O que acontece é que James veste a camisa da seleção e joga, ele se transforma, gosta de jogar lá; mas perdeu o ritmo de competição. Há 50 dias ele jogou pela Argentina e desde então não tocou na bola, essa é a vantagem que o Peru tem, um James que não tem ritmo.
– Você acha que a seleção peruana tem chances de vencer?
Não entendo como o Peru favorece mais a Argentina do que a Colômbia. Não sei se o Peru tem aquela síndrome, que muitos têm, de que quando chegam os grandes eles ficam maiores e quando chega um time da mesma altura eles relaxam. Não sei se isso é mental. Está por vir um grande jogo, que pode mudar a história do Peru, para melhor ou para pior. Se a Colômbia perder, os alarmes disparam, então a Argentina chega a Barranquilla, e se perder, será gerada morbidade.
– Qual é o clima entre os colombianos antes da partida contra o Peru?
O denominador comum dos torcedores é apostar em quantos gols vão marcar contra o Peru, nós que somos jornalistas e analisamos… não pensamos assim. Temos que parar um pouco porque estamos nas Eliminatórias e na última o Peru nos tirou da Copa do Mundo em Barranquilla. Não estava nos planos de ninguém, a Colômbia errou gols e o Peru nunca chegou, não passou metade do campo e de repente a Colômbia ficou de fora. Isto é futebol, tudo pode acontecer.
-Qual jogador se destaca na seleção?
Adoro o Luis Advíncula, ele é elétrico, vai e vem, o temperamento que ele traz é o mesmo que tem no Boca Juniors. Gosto do Gianluca Lapadula, gosto da forma como ele se movimenta, espero que tenha mais minutos na Itália porque joga no segundo tempo. O Carlos Zambrano também é bom, o Pedro Gallese tem uma experiência que é marcante.
– A Colômbia é uma seleção compacta, qual o seu ponto fraco?
A Colômbia é um time que te ataca, que pode te comer pelas costas, mas quando sai pela direita com Johan Mojica e Lucho Díaz fica um pouco desprotegido, olha o gol que a Argentina faz, porque saiu do jeito que saiu eles foram pegos errados e porque foi aí que Lautaro entrou. A lateral direita do Peru é a que considero forte, que sabe projetar e surpreender. A equipe titular é a seguinte, pontuação: Camilo Vargas no gol, Daniel Muñoz, Carlos Cuesta, Jhon Lucumí, Johan Mojica; Jefferson Lerma, Richard Ríos, Jhon Arias, James Rodríguez, Jhon Córdoba e Lucho Díaz. A seleção é estruturada, não muda, os cerca de 20 jogos de invencibilidade que teve foram com o mesmo time.
– É uma vantagem que Néstor Lorenzo conheça o futebol peruano?
Néstor Lorenzo é um ‘ladrão’, fez uma coisa muito boa com uma equipe. Se você olhasse para o Melgar de Néstor, ele sempre jogava igual. Foi uma surpresa e ele jogou sempre igual, sempre as mesmas mudanças, o ‘9’ foi ótimo (Bernardo Cuesta). O que o Lorenzo mais trabalha é o grupo humano, ele transforma uma equipe em família e quando a família se dá bem querem estar juntos e apoiar uns aos outros em campo.
– Você é encorajado a dar uma pontuação…
Acredito que está 1 a 1, será um empate difícil e acirrado. Isso é muito útil para a Colômbia e não é útil para o Peru.
– As chances de Kevin Serna ser convocado para a seleção colombiana são reais?
Acho que ele tem que esperar mais um pouco na fila, por três bons jogos com o Fluminense não acho que vão chamá-lo. Há outros que estão esperando na fila, que já estão batendo na porta há algum tempo. ‘Cucho’ Hernández é o artilheiro da MLS. Tem Luis Sinisterra que é o substituto de ‘Lucho’ Díaz na seleção nacional. Kevin Serna joga no ‘Lucho’ e está voando. Néstor Lorenzo só convoca 26 ou 27, não é um tipo de 30 ou 32 jogadores. Acredito que ele estará na frente junto com Miguel Monsalve, Devis Vásquez e muitos outros.
-Como você reagiu à surpreendente saída de Alejandro Restrepo do Alianza Lima?
Uma pena porque o aprecio muito, é um cara muito inteligente e capaz. O jogador o ama muito, ele melhora o jogador, ele não é só um bom treinador, ele também é um bom treinador, são as duas coisas. Ele sagrou o Pereira campeão, é como dizer que vai treinar o Real Garcilaso ou o Inti Gas e ele o sagrou campeão e levou-os às quartas de final da Copa Libertadores. Venceu o Boca Juniors em Pereira e quase venceu na Bombonera. Fiquei surpreso que tiraram e aqui chegou em Medellín, está voando, estão muito felizes. Quando saiu do Alianza Lima, dois dias depois o técnico de Medellín, Alfredo Arías, estava muito bem, estava invicto há 14 jogos e quando perdeu foi demitido. Para que? Para que outra equipe não leve o Restrepo.