A Federação Indígena do Rio Madre de Dios e Afluentes (Fenamad), que agrupa 36 comunidades indígenas, confirmou na tarde desta segunda-feira um grave acontecimento ocorrido recentemente no riacho San Juan, localizado no setor do rio Parianamu, em Madre de Dios.
No dia 29 de agosto, por volta das 10h, trabalhadores florestais, que realizavam trabalhos de abertura de trilhas na área de expansão do Reserva Territorial Madre de Diosárea protegida que abrange territórios habitados por povos indígenas em isolamento voluntário, teve um encontro com membros das comunidades indígenas Mashco Piro.
Este evento resultou em um ataque de flecha que tragicamente levou a a morte de dois trabalhadores e deixou outros dois desaparecidos.
A organização indígena exige ações imediatas para proteger esses vulneráveis povos indígenas e trabalhadores florestais, bem como a evacuação total da população próxima à bacia do rio Parianamu, localizada a menos de 25 quilômetros da área onde ocorreu o ataque. devido ao risco de novos conflitos.
Por meio de entrevista coletiva, a Fenamad informou que, desde o dia 30 de agosto, vem instando as autoridades correspondentes, como a Diretoria de Povos Indígenas em Isolamento e Contato Inicial (DACI) do Ministério da Cultura (Mincul), a atenderem o caso. ; Contudo, até agora, eles não receberam uma resposta.
Segundo a organização indígena, é urgente a adoção de medidas de proteção para evitar mais mortes e garantir a segurança das pessoas desaparecidas na área.
Da mesma forma, a Fenamad salienta que estes avisos e pedidos de intervenção já tinham sido alertados ao Mincul, sem receber uma solução.
“Já se passaram quatro dias que o Mincul não se pronunciou e o helicóptero do Exército Peruano ainda não chegou para dar apoio. A Polícia Nacional está em gestão e poderá chegar amanhã. É lamentável que estejamos passando por isso; É uma preocupação de todo o conselho de administração. Não recebemos nenhuma carta da Mincul sobre as ações que tomou“, relataram
Por outro lado, a organização indígena indicou que espera que, com a colaboração do Ministério Público, sejam tomadas medidas urgentes para que o Estado cumpra as suas responsabilidades e atue rapidamente para proteger as pessoas desaparecidas e as comunidades indígenas em isolamento.
Eles também exigiram uma investigação completa sobre a falta de resposta e o desrespeito aos alertas. E pediram ao Governo que respeitasse a nenhum princípio de contato com os povos indígenas isolados e implementar medidas eficazes para prevenir eventos semelhantes.
Finalmente, a organização indígena destacou a crescente vulnerabilidade dos Mashco Piro, que foram gravemente afetados pela falta de proteção contra a exploração madeireira em suas terras ancestrais. Uma situação que se agrava com a invasão dos seus territórios, agravando os riscos e comprometendo a sua segurança.
Além disso, a Fenamad destacou que a ausência de políticas adequadas e a flexibilização das atividades extrativistas nos territórios PIACI (Povos Indígenas em Isolamento e Contato Inicial) são fatores que influenciam este tipo de eventos.
Isto levando em conta que, em conformidade com o estrito cumprimento da intangibilidade das Reservas Indígenas e Territoriais, É proibido realizar atividades nessas áreasde acordo com a Lei nº 28.736, “Lei de Proteção à PIACI”, e seu regulamento.
Portanto, denunciam que essas práticas não só violam as normas estabelecidas, mas também agravar a situação crítica do Mashco Pirodestacando a necessidade urgente de uma proteção mais eficaz e respeitosa dos seus direitos.