Escândalo de drogas em Honduras: o Ministro da Defesa renunciou devido a uma investigação sobre seu pai, deputado e cunhado de Xiomara Castro

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A presidente de Honduras, Xiomara Castro, com o ministro da Defesa José Manuel Zelaya (à sua direita) e o chefe do Estado-Maior Conjunto José Jorge Fortín (à sua esquerda, em uniforme branco) em cerimônia militar em Tegucigalpa ( REUTERS/Fredy Rodríguez)
A presidente de Honduras, Xiomara Castro, com o ministro da Defesa José Manuel Zelaya (à sua direita) e o chefe do Estado-Maior Conjunto José Jorge Fortín (à sua esquerda, em uniforme branco) em cerimônia militar em Tegucigalpa ( REUTERS/Fredy Rodríguez)

O Ministro da Defesa do Honduras, José Manuel Zelaya anunciou a sua demissão este sábado pouco depois de seu pai, o deputado Carlos Zelaya – cunhado do presidente Xiomara Castro – ter dito que renunciaria ao seu cargo no Congresso para se submeter a uma investigação sobre supostas ligações com o tráfico de drogas.

“Para que seja investigado com total liberdade, apresentei minha renúncia ao cargo de Ministro da Defesa ao Presidente @XiomaraCastroZ destacando a integridade e honra de meu pai @CarlosZelayaR”, escreveu o ministro na rede social X.

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Depois de prestar declarações no Ministério Público, o deputado Carlos Zelaya, irmão do ex-presidente Manuel Zelaya – deposto em 2009 por um golpe de Estado – disse ter caído “numa armadilha” ao reconhecer que Em 2013, participou de uma reunião onde estava presente um conhecido traficante de drogas.

Nessa reunião, disse ele, foi oferecida “uma contribuição para a campanha eleitoral” do partido no poder, Libertad y Refoundación (Libre).

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“Essa reunião nunca teve o aval do presidente Zelaya, ele nunca teve o aval nem o acompanhamento, muito menos o conhecimento dessa reunião, nem o presidente Castro, Foi uma reunião unilateral da minha parte.”, afirmou.

Carlos Zelaya, secretário do Congresso Nacional de Honduras, com a presidente Xiomara Castro (EFE/ Gustavo Amador)
Carlos Zelaya, secretário do Congresso Nacional de Honduras, com a presidente Xiomara Castro (EFE/ Gustavo Amador)

A sua declaração perante o Ministério Público e a imprensa ocorreu três dias depois de a presidente de esquerda ter anunciado a sua decisão de cancelar o tratado de extradição com os Estados Unidos. que permitiu a extradição e prisão de 50 hondurenhos ligados ao tráfico de drogas, incluindo políticos poderosos. No dia seguinte, ele afirmou que fez isso para evitar que os Estados Unidos o utilizassem contra soldados que lhe são leais e facilitassem uma tentativa de golpe de Estado.

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“Vou apresentar minha renúncia ao Congresso Nacional como deputado e como secretário do Congresso para tire-me de qualquer tipo de armadura que eu possa ter e seja investigado”, declarou Carlos Zelaya aos jornalistas neste sábado.

Carlos Zelaya foi mencionado em março passado no julgamento em que o ex-presidente hondurenho Juan Orlando Hernández foi condenado a 45 anos em Nova Iorque por tráfico de drogas.

O ex-presidente hondurenho Juan Orlando Hernández foi condenado em Nova York a 45 anos por tráfico de drogas (EFE/ Gustavo Amador)
O ex-presidente hondurenho Juan Orlando Hernández foi condenado em Nova York a 45 anos por tráfico de drogas (EFE/ Gustavo Amador)

“Se amanhã o governo dos Estados Unidos acreditar que tem dados ou provas suficientes para me levar a julgamento, amanhã poderei comparecer perante o sistema de justiça americano”, acrescentou o deputado.

O procurador-geral de Honduras, Johel Zelaya – que assumiu o cargo em novembro passado – enviou uma equipe para ouvir as audiências do julgamento contra Hernández em Nova York e investigar os hondurenhos mencionados. “Continuaremos com as nossas investigações, não descansaremos até que a verdade prevaleça em Honduras e a justiça seja dada ao povo hondurenho. “Quem quer que seja!”, ele garantiu.

Em agosto anunciou que ligaria para depor cerca de 36 pessoas mencionadas no julgamento, e uma delas era Carlos Zelaya.

(Com informações da AFP)

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