As declarações do ministro da Saúde, Guillermo Alfonso Jaramillo, geraram polêmica após sua participação na Sétima Comissão da Câmara dos Deputados, onde sugeriu que alguns prefeitos estariam utilizando recursos públicos para “pagar os votos das últimas eleições”.
As declarações do chefe da pasta da saúde na Colômbia ocorreram num contexto de crise financeira que afeta o sistema de saúde, impactando milhões de pacientes que enfrentam dificuldades para receber tratamentos e medicamentos essenciais.
Durante o seu discurso, Jaramillo referiu-se ao orçamento destinado ao sector da saúde pelo governo de Gustavo Petro, que ascende a mais de 61,5 mil milhões de pesos. Segundo o ministro, as Entidades Prestadoras de Saúde (EPS) são responsáveis por garantir o fornecimento de medicamentos, mas afirmam que os recursos atribuídos através da Unidade de Pagamento por Capitação (UPC) são insuficientes para cobrir todas as necessidades.
“A conversa chega ao gestor do hospital e o prefeito é o presidente (do conselho de administração). Eles fazem política, bem, o que posso fazer? Eles estão pagando os votos das últimas eleições e com isso vão equilibrar os votos das próximas, tudo bem. O importante é que façam o seu trabalho”, disse Jaramillo, citado pelo Revista Semanal.
Alguns setores interpretaram que o ministro estava normalizando práticas corruptas na administração de recursos públicos. Na tentativa de mitigar a polémica, o Ministério da Saúde emitiu um comunicado no qual esclareceu que Jaramillo se referia “às múltiplas reclamações e advertências feitas pelos cidadãos” durante as suas visitas a hospitais e centros de saúde de todo o país em 2024.
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Estas reclamações, explica o comunicado, apontam para um “possível uso inadequado de recursos atribuídos à saúde, por vezes ligado a interesses políticos por parte de alguns funcionários”.
Face a estas preocupações, o ministro apelou à população para que apresente formalmente as suas reclamações às autoridades competentes, para que possam ser investigados possíveis casos de desvio de fundos.
Apesar disso, o Ministério sublinhou também que, embora tenham capacidade para monitorizar a correcta execução dos recursos orçamentais da saúde, a autonomia dos presidentes de câmara, governadores e gestores das Empresas Sociais do Estado (ESE) confere-lhes o controlo sobre a utilização desses fundos. “O apelo do responsável pela pasta da saúde é para a boa utilização destes dinheiros, em benefício dos cidadãos”, lê-se no comunicado.
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Além disso, Jaramillo sublinhou a necessidade de regularizar os contratos de trabalho no sector da saúde, criticando a utilização de ordens de prestação de serviços que geram insegurança laboral e afectam a qualidade dos cuidados.
Da mesma forma, reiterou o compromisso do Governo Petro de implementar 11.751 equipamentos básicos para promover os cuidados primários em todo o país, especialmente nas zonas rurais e sectores marginais das cidades. O ministro sublinhou que a selecção deste pessoal deve ser adequada e que o seu trabalho deve ser realizado com profissionalismo para melhorar o acesso à saúde nas comunidades mais vulneráveis.