Foto de arquivo do presidente da Colômbia, Gustavo Petro. EFE/Carlos Ortega
O Presidente da República, Gustavo Petro, estaria ‘ad portas’ de ter que dar uma nova retificação, agora pela expressão desdenhosa com que descreveu os jornalistas colombianos como “bonecos da máfia” durante a posse do defensor do Pueblo Iris Marín na última sexta-feira, 30 de agosto.
Conforme noticiado no jornal A hora, O Conselho de Estado admitiu o estudo da proteção estabelecida pelo advogado Germán Calderón España para que o presidente se retratasse pela sua declaração ocorrida no contexto das críticas que fez à judicialização dos manifestantes da greve nacional de 2020 e 2021.
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“Os jornalistas do poder, os bonecos da máfia, construíram a tese do terrorismo em protesto e na criminalização do genuíno direito de protestar e dizer basta”, Foi a sua infeliz expressão que lhe valeu duras críticas, mesmo por parte de pessoas próximas do seu Governo.
Neste caso, o jurista Calderón España afirma que: “Que o Presidente da República, Gustavo Petro Urrego, seja ordenado a oferecer publicamente uma retratação e oferecer um pedido público de desculpas em favor das vítimas (…) que ele seja proibido de usar este tipo de expressões discriminatórias contra as jornalistas colombianas no futuro.”
A frase de Petro gerou indignação – crédito @MiguelUribeT/X
O estabelecimento da tutela foi realizado em 9 de setembro, depois de o chefe de Estado ter feito essa declaração até que a própria Iris Marín, que tomou posse no dia em que Petro fez a dura acusação, rejeitou o sucedido.
“Não esperem que eu, como defensora do Povo, justifique uma linguagem discriminatória ou uma linguagem que estigmatize as mulheres. Serei coerente: o pilar desta Provedoria de Justiça é a igualdade. “Rejeito todas as formas de violência contra as mulheres”, disse ele após o infeliz episódio.
O presidente também recebeu muitas críticas de organizações que protegem a liberdade de expressão na Colômbia, como o Círculo de Jornalistas de Bogotá (CPB).
“(O Presidente da República é solicitado) rectificar as declarações que fez contra os jornalistas que exercem o direito inequívoco ao trabalho, à profissão e a não serem expostos ao ódio de certos setores da população”, exigiram ao chefe de Estado.
O mesmo fez o diretor da Fundação para a Liberdade de Imprensa (Flip), Jonathan Bock, que, mais uma vez, pediu que Petro parasse de atacar a mídia.
“O presidente tem um poder muito forte e uma responsabilidade particular, entre as quais está o respeito pela imprensa”, ele repreendeu.
A sua voz foi acompanhada pelo relator da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), Pedro Vaca Villarreal, que o instou a proteger os meios de comunicação e não desqualificá-los.
Pedro Vaca Villarreal, relator da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (Cidh) e seu pedido ao presidente Gustavo Petro em sua relação com a imprensa na Colômbia – crédito @infopresidencia/X
“Esta diretriz começa com você, para lhe dizer que o principal guardião desta diretriz é você e que pode incorporá-la em sua prática diária“, apontou a meio de um evento onde foi apresentada a directiva presidencial sobre o respeito pela liberdade de imprensa, no dia 9 de Setembro.
Porém, naquela ocasião, a censura ‘entrou por um ouvido e saiu pelo outro’ ao Petro, que, após a ratificação do documento, fez novas perguntas à imprensa.
“Assino isso porque deve haver liberdade de expressão, mas ao mesmo tempo deve haver liberdade de crítica. “Se a calúnia for feita, alguém deve se defender porque é sua dignidade e seu direito”, Indiano.
O ataque contra os jornalistas foi mesmo descrito como “lamentável” por Gustavo Bolívar, diretor do Departamento de Prosperidade Social da Presidência da República, e reconhecido escudeiro do presidente.
“Ouvi todo o discurso do Pte Petro em Nuquí. No fragmento onde fala dos bonecos da máfia, embora seja uma frase infeliz, ele não generalizou “ele afirmou.