América do Sul superou recorde de incêndios em um ano

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Vista da devastação causada por um incêndio florestal na Amazônia em uma área da rodovia transamazônica BR230 em Lábrea, Brasil, em 4 de setembro de 2024 (REUTERS/Bruno Kelly)
Vista da devastação causada por um incêndio florestal na Amazônia em uma área da rodovia transamazônica BR230 em Lábrea, Brasil, em 4 de setembro de 2024 (REUTERS/Bruno Kelly)

Incêndios estão devastando a América do Sul, da selva amazônico brasileira para as florestas secas do Bolíviapassando pelas maiores zonas húmidas do mundo, e bateram o recorde de incêndios registrados em um ano até 11 de setembro.

Dados de satélite analisados ​​pela agência brasileira de pesquisas espaciais Inpe registraram 346.112 focos de incêndio até agora este ano na América do Sul, superando o recorde de 2007 de 345.322 surtos em uma série de dados que remonta a 1998.

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Esta semana, um fotógrafo de Reuters viajando pelo coração da Amazônia brasileira presenciou grandes incêndios queimando a vegetação ao longo das estradas.

Ele fumaça dos incêndios brasileiros escureceu os céus de cidades como São Paulo, alimentando um corredor de fumaça de incêndios florestais visto do espaço que se estende diagonalmente por todo o continente, da Colômbia ao Uruguai.

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Um drone mostra um incêndio na vegetação na floresta amazônica em Apui, estado do Amazonas, Brasil, em 8 de agosto de 2024 (REUTERS/Adriano Machado/Arquivo)
Um drone mostra um incêndio na vegetação na floresta amazônica em Apuí, estado do Amazonas, Brasil, em 8 de agosto de 2024 (REUTERS/Adriano Machado/Arquivo)

Brasil e Bolívia enviaram milhares de bombeiros para tentar controlar as chamas, mas a maioria permanece à mercê do condições climáticas extremas que alimentam incêndios.

Os cientistas dizem que embora a maioria dos incêndios sejam provocados pelo homem, As recentes condições quentes e secas causadas pelas alterações climáticas estão a ajudar o fogo a propagar-se mais rapidamente. A América do Sul foi atingida por uma série de ondas de calor desde o ano passado.

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“Nunca tivemos inverno”, disse Karla Longo, pesquisadora de qualidade do ar do Inpe, sobre o clima em San Pablo nos últimos meses. “É um absurdo.”

Um drone mostra fumaça subindo de um incêndio na floresta amazônica em uma área da rodovia transamazônica BR230 em Lábrea, estado brasileiro do Amazonas, em 4 de setembro de 2024 (REUTERS/Bruno Kelly)
Um drone mostra fumaça subindo de um incêndio na floresta amazônica em uma área da rodovia transamazônica BR230 em Lábrea, estado brasileiro do Amazonas, em 4 de setembro de 2024 (REUTERS/Bruno Kelly)

Apesar de ainda ser inverno no hemisfério sul, as altas temperaturas em São Paulo permanecem acima de 32 graus Celsius desde sábado.

Centenas de pessoas manifestaram-se em La Paz para exigir medidas contra os incêndioscarregando faixas e cartazes que diziam “Bolívia em chamas” e “Para um ar mais limpo, pare de queimar”.

“Por favor, percebam o que está acontecendo no país, perdemos milhões de hectares”, disse Fernanda Negrón, ativista dos direitos dos animais, no protesto. “Milhões de animais foram queimados até a morte.”

No Brasil, a seca que começou no ano passado tornou-se a pior já registrada, segundo a agência nacional de monitoramento de desastres Cemaden.

Incêndio atinge perto de membros das forças armadas bolivianas na província de Nuflo de Chávez em 25 de agosto de 2024 (REUTERS/Claudia Morales)
Incêndio atinge perto de membros das forças armadas bolivianas na província de Nuflo de Chávez em 25 de agosto de 2024 (REUTERS/Claudia Morales)

“De modo geral, a seca de 2023-2024 é a mais intensa, duradoura em algumas regiões e extensa na história recente, pelo menos nos dados desde 1950”, disse Ana Paula Cunha, pesquisadora do Cemaden.

O maior número de incêndios neste mês é registrado no Brasil e na Bolívia, seguidos por Peru, Argentina e Paraguaisegundo dados do Inpe. Os incêndios invulgarmente intensos que atingiram a Venezuela, a Guiana e a Colômbia no início deste ano contribuíram para o recorde, mas diminuíram em grande parte.

Os incêndios causados ​​pelo desmatamento Na Amazônia geram fumaça especialmente intensa devido à densidade da vegetação que queima, explicou Longo.

Cerca de 9 milhões de quilómetros quadrados da América do Sul foram por vezes cobertos de fumomais da metade do continente, destacou.

A estátua do Cristo de la Concordia está coberta de fumaça devido aos incêndios florestais que atingiram o país, em Cochabamba, Bolívia, em 10 de setembro de 2024 (REUTERS/Patricia Pinto)
A estátua do Cristo de la Concordia está coberta de fumaça devido aos incêndios florestais que atingiram o país, em Cochabamba, Bolívia, em 10 de setembro de 2024 (REUTERS/Patricia Pinto)

De acordo com o site IQAir, San Pablo registrou a pior qualidade do ar do mundo no início desta semana, superior ao de pontos críticos de poluição famosos, como China e Índia. La Paz também estava coberta de fumaça.

(REUTERS)

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