Yamandu Orsicandidato presidencial uruguaio pelo partido de coalizão de esquerda Frente Amplio, denunciou nesta terça-feira que em Venezuela governa “um regime “autoritário indiscutível”liderado por Nicolás Maduro, e considerou que é “indefensável” tal sistema hoje.
Orsi explicou que, na sua opinião, é “um sistema totalmente diferente” do autoritarismo clássico que pode ser observado em outros países da região, dado que “antes de haver um golpe de Estado, entraram tanques e bombardeiros” mas na Venezuelao chavismo promoveu “um processo de erosão das ferramentas democráticas, que levou à consolidação de um regime muito autoritário”.
No entanto, ele ressaltou que “vamos chamá-lo como quiser, que existem bandidos, que existem pessoas que têm cidadania impossível“É indefensável.”. “Tudo o que acontece lá é tão dinâmico quanto arriscado”ele avisou.
A seguir, a respeito do exílio forçado a que o opositor Edmundo González Urrutia foi forçado neste fim de semana, sustentou que esta situação “é inaceitável” e lamentou que o candidato tenha tido que optar por essa opção para preservar a sua integridade.
Tal como ele, dezenas de países, líderes políticos e até organizações como a ONU lamentaram a notícia e alertaram que este “claramente não é o fim da crise”.
Apesar de não pertencer ao mesmo partido político, Orsi compartilhou a postura crítica do presidente Luis Lacalle Pou contra o regime de Nicolás Maduro, que se intensificou nos últimos meses, desde que foram realizadas eleições fraudulentas e tudo o que delas resultou.
Sem ir mais longe, na véspera o presidente usou suas redes sociais para atacar o chavismo por sua decisão de revogar a permissão concedida ao Brasil para salvaguardar a Embaixada da Argentina em Caracas e os seis requerentes de asilo nele incluídos, e descreveu-o como uma “nova escravização de direitos”.
“A passagem do tempo não deve fazer-nos diminuir a intensidade das nossas reivindicações e da nossa voz face a uma ditadura que insiste em pisar em tudo. Neste caso, o direito internacional mais básico”, escreveu.
Por sua vez, o Presidente cessante rejeitou a possibilidade que surgiu há semanas de repetição das eleições no país, numa tentativa de pôr fim às polémicas em torno dos resultados de 28 de Julho, e apontou que isso apenas seria entrar no jogo . do regime.
“Por quanto tempo fazemos isso? Até que vença aquele que eles querem ou com os candidatos que eles querem vencer?” disse ele com certo tom de ironia durante uma recente entrevista coletiva e depois insistiu que “o que precisa ser feito é contar os votos”.
O Uruguai é um dos países que reconhece González Urrutia como vencedor das eleições, conforme consta da ata compilada pela oposição e publicada na Internet. Já em 2 de agosto, o ministro das Relações Exteriores, Omar Paganini, assegurou que “com base em evidências contundentes, está claro para o Uruguai que Edmundo González Urrutia obteve a maioria dos votos nas eleições presidenciais venezuelanas” e acrescentou que “esperamos que o“ do povo venezuelano seja respeitado”.
“A verdade é o caminho para a paz”, concluiu então.
(Com informações da EFE)