Após o exílio de Edmundo González Urrutia, o promotor do TPI pediu para proteger os venezuelanos contra violações dos direitos humanos

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A promotoria do Tribunal Penal Internacional (TPI) pediu na segunda-feira à Venezuela que proteja “todas as pessoas” contra crimes contra a humanidade (REUTERS/Piroschka van de Wouw/Foto de arquivo)
A promotoria do Tribunal Penal Internacional (TPI) pediu na segunda-feira à Venezuela que proteja “todas as pessoas” contra crimes contra a humanidade (REUTERS/Piroschka van de Wouw/Foto de arquivo)

O Ministério Público Tribunal Penal Internacional (CPI) perguntou à Venezuela na segunda-feira proteger “todas as pessoas” contra crimes da humanidadeum dia depois da chegada a Madrid do opositor venezuelano Edmundo González Urrutia.

O Ministério Público Karim Khanque “acompanha de perto a evolução da situação na Venezuela”, indicou num comunicado que “comprometeu-se (…) ao mais alto nível a sublinhar a importância de garantir que o Estado de direito seja respeitado”.

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Sem mencionar diretamente González Urrutia, afirmou que insistia “que todas as pessoas devem ser protegidas contra violações que podem constituir crimes relativos ao Estatuto de Roma”, texto fundador do tribunal com sede em Haia.

Após a polêmica reeleição do ditador Nicolás Maduro No final de julho, foram registradas manifestações espontâneas. A repressão causou 27 mortes e 192 feridos, e 2.400 pessoas foram presas.

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González Urrutia, que reivindica vitória nas eleições presidenciais, tem um mandado de prisão desde 2 de setembro, quando o Ministério Público iniciou investigações por “desobediência às leis”, “conspiração”, “usurpação de funções” e “sabotagem”.

O ex-embaixador de 75 anos teve que fugir para “preservar a sua liberdade e a sua vida”, segundo o chefe da oposição venezuelana, Maria Corina Machado.

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Machado disse segunda-feira que permanecerá no país. “Se alguma coisa mudar a saída do Edmundo, numa perspetiva que possa aumentar o risco para mim, não sei, mas de qualquer forma Eu decidi ficar na Venezuela e acompanhar a luta daqui enquanto ele faz de fora”, disse Machado escondido em um evento virtual.

“Todos sabemos que Edmundo González Urrutia é o presidente eleito da Venezuela”, insistiu Machado. “E assim será, seja na Venezuela ou em qualquer lugar do mundo.”

Fotografia de arquivo do porta-estandarte da Plataforma Democrática Unitária (PUD), Edmundo González Urrutia (EFE/ Rayner Peña)
Fotografia de arquivo do porta-estandarte da Plataforma Democrática Unitária (PUD), Edmundo González Urrutia (EFE/ Rayner Peña)

González Urrutia, 75 anos, apelou anteriormente ao “diálogo” e explicou que tomou a decisão de exilar-se “para mudar as coisas” e construir “uma nova etapa para a Venezuela”.

“Só a política do diálogo pode fazer com que nos reencontremos”, escreveu o político da oposição numa carta publicada em X e datada de Madrid, na qual não reivindica a sua vitória nem acusa Maduro de fraude. “Nosso destino como país não pode e não deve ser o de um conflito de dor e sofrimento”, González Urrutia condenado.

O Ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, José Manuel Albaresinformou na segunda-feira que González Urrutia receberá asilo.

Fontes próximas do político venezuelano explicaram que ele não falará com a mídia até ser recebido pelo presidente do governo espanhol. Pedro Sanches e Albares, atualmente em viagem oficial à China, algo que poderá acontecer na quinta-feira.

Albares insistiu que a recepção do político venezuelano não muda a posição de Madrid.

No entanto, a oposição conservadora espanhola censura que o Executivo também não reconheça a vitória de González Urrutia, e promoveu a convocação de uma sessão plenária do Congresso dos Deputados na terça-feira para votar este reconhecimento.

Machado convocou uma manifestação na terça-feira na Plaza de las Cortes, em Madrid, para “reivindicar o mandato de 28 de julho”. Cerca de 280 mil venezuelanos vivem em Espanha, segundo dados oficiais, que não contam os que adquiriram a nacionalidade espanhola.

(Com informações da AFP)

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