Luis Arce defendeu sua gestão diante das ameaças de Evo Morales de bloquear estradas para “fazer valer” sua candidatura

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O presidente da Bolívia, Luis Arce, e o ex-presidente e líder do Movimento ao Socialismo (MAS), Evo Morales, em fotografia de arquivo (EFE/Jorge Ábrego)
O presidente da Bolívia, Luis Arce, e o ex-presidente e líder do Movimento ao Socialismo (MAS), Evo Morales, em fotografia de arquivo (EFE/Jorge Ábrego)

O presidente da Bolívia, Luis Arcedefendeu esta terça-feira a sua gestão em meio às ameaças de bloqueios rodoviários lançadas pelos setores pró-governo ligados ao ex-presidente. Evo Morales (2006-2019) dentro do luta interna pelo controle do partido governamental Movimento ao Socialismo (MAS).

“Diante daqueles que apostam no ódio, na mentira, na violência e no confronto entre bolivianos buscando convulsionar o país pelas ambições eleitorais, nossa resposta será sempre mais trabalho e gestão em favor do povo boliviano”, escreveu Arce em suas redes sociais. .

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“Porque pensar na Bolívia não é bloqueá-la; “Pensar na Bolívia é industrializá-la”, acrescentou.

Destacou também algumas medidas tomadas recentemente pelo seu Governo face a problemas económicos como falta de dólares e combustível ou o aumento do preço de alguns produtos básicos, o que gerou protestos de setores como transportadores e comerciantes.

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Entre essas ações, ele citou a eliminação de tarifas para importação de insumos para a indústria farmacêutica e “o tarifa zero para importação de agroquímicos e máquinas para o setor agroindustrial.”

Evo Morales canta o hino nacional durante encontro com setores "evistas" do partido Movimento ao Socialismo (MAS) (REUTERS/Patricia Pinto)
Evo Morales canta o hino nacional durante encontro com setores “evista” do partido Movimento ao Socialismo (MAS) (REUTERS/Patricia Pinto)

Arce reagiu desta forma após as ameaças de bloqueios rodoviários feitas na manhã desta terça-feira pelos setores pró-governo ligados a Evo Morales durante a inauguração de um encontro nacional na região central do Trópico de Cochabamba, o sindicato e bastião político do ex-presidente.

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A reunião foi inicialmente convocada como um congresso para renovar a liderança nacional do partido, mas como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu não fiscalizá-la, os participantes decidiram transformá-la em um “nacional ampliado” para tomar medidas contra o Governo Arce.

Especificamente, os chamados ‘evistas’ alertaram com bloquear estradas para “respeitar” a sigla MAS e a candidatura presidencial de Morales para as eleições gerais de 2025definida em congresso realizado no ano passado, mas que posteriormente foi anulada pelo órgão eleitoral.

“Agora inauguramos esta grande extensão para tomar decisões. O que é decidido aqui é feito em toda a Bolívia, pelo que o Governo sabe, avise o TSE”, disse Morales no encontro na cidade de Villa Tunari, região trópica de Cochabamba.

Antes de Morales, falaram outros sindicalistas leais ao ex-presidente, como o líder indígena Ramiro Cucho e o líder camponês Ponciano Santosque sublinhou que perdeu a “paciência” face à repetida recusa do órgão eleitoral em supervisionar o congresso do MAS.

Cucho afirmou que não permitirão que outros tentem “arrebatar” a sigla do MAS ou evitar a candidatura de Morales e anunciou que vão “defender” o partido e o seu líder com obstáculos.

“Só nos resta defender a sigla e a candidatura de Evo Morales nas estradas. Agora chegou o fim de Luis Arce”Santos alertou.

Evo Morales fez discurso contra o governo de Luis Arce nesta terça-feira em Villa Tunari, Cochabamba (REUTERS/Patricia Pinto)
Evo Morales fez discurso contra o governo de Luis Arce nesta terça-feira em Villa Tunari, Cochabamba (REUTERS/Patricia Pinto)

Arce e Morales estão afastados desde 2021 e suas diferenças se aprofundaram ainda mais devido à necessidade de renovar a liderança nacional do partido, já que os setores ligados ao ex-presidente insistem que ele seja ratificado como seu presidente e os fiéis ao atual governante pedem a renovação.

O TSE não validou as tentativas de congresso dos evistas porque não cumpriram a exigência de fazê-lo através de consenso prévio entre as organizações sociais que compõem o partido no poder.

Também rejeitou um congresso realizado em maio passado pela facção ‘arcista’, no qual elegeram o líder camponês Grover García como novo presidente do MAS, porque a convocação não atendia aos requisitos do mesmo estatuto do partido no poder, portanto Evo Morales permaneceu como seu líder.

A candidatura do antigo governante também tem sido motivo de polémica interna no partido no poder, uma vez que O Governo insistiu que Morales não pode mais concorrer novamente, enquanto os setores relacionados defendem que ele pode.

Soma-se a isto a suspensão das eleições primárias para as eleições de 2025, nas quais todas as forças políticas concordaram, exceto a facção ‘evista’ do MAS, já que Morales acredita que fazia parte do plano do Governo impedir a sua candidatura.

(Com informações da EFE)

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