Crise climática no Brasil: o país enfrenta a seca mais severa de sua história e registra recorde de queimadas

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O Brasil está sofrendo a seca mais grave de sua história recente. (EFE/ Rafael Alves)
O Brasil está sofrendo a seca mais grave de sua história recente. (EFE/ Rafael Alves)

O Brasil sofre a seca mais grave de sua história recentesegundo dados do Centro Nacional de Monitorização de Desastres Naturais (CEMADEN), que sustenta que mais de um terço do seu território nacional – mais de três milhões de quilómetros quadrados – está atualmente afetado por “uma secura extrema”. Da mesma forma, o país registra recorde de queimadas.

Desde que os registos começaram a ser feitos sistematicamente, em 1950, o país nunca tinha “experimentado uma seca tão extensa e intensa como esta”, segundo declarações do cientista do CEMADEN. Ana Paula Cunhacoletado pelo portal G1.

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“Antes, apenas regiões isoladas sofriam ciclos de seca, mas desta vez é um fenômeno geral”, acrescentou Cunha, alertando que “é um grande problema que o país enfrenta”.

Esta seca premente não só aumentou o número de incêndios em várias partes do país, mas também colocou em xeque a produção de energia hidrelétrica e deixou algumas regiões estrangeiras completamente isoladas, uma vez que o baixo nível das águas de alguns rios os torna já não navegáveis.

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As secas no Brasil resultaram em vários incêndios em todo o país (REUTERS/Joel Silva)
As secas no Brasil resultaram em vários incêndios em todo o país (REUTERS/Joel Silva)

Especialistas do CEMADEN e de outras avaliações científicas salientaram que a seca não tem uma causa única identificável, mas sim É o resultado da convergência de vários fatores.

Um dos elementos-chave para explicar esta realidade tem sido o fenômeno meteorológico conhecido como ‘A criança‘, o que alterou os valores das temperaturas – aumentando – e da precipitação – diminuindo – em todo o país, mas especialmente no Norte.

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Da mesma forma, os bloqueios atmosféricos causados ​​por áreas de alta pressão estacionárias também tiveram uma influência decisiva, o que dificulta a passagem de frentes frias que poderiam aumentar as chuvas.

Por fim, devemos levar em conta o aquecimento do Atlântico tropical norte, que tem levado a uma estação seca cada vez mais longa, segundo o portal brasileiro.

Bombeiro trabalhando para extinguir incêndio florestal no Brasil (EFE/Sebastião Moreira)
Bombeiro trabalhando para extinguir incêndio florestal no Brasil (EFE/Sebastião Moreira)

Por sua vez, Os incêndios na Amazônia brasileira dispararam 120% em agosto face ao mesmo mês do ano passado, em consequência do intenso período de seca registado este ano, segundo dados oficiais divulgados este domingo.

Em relação a julho, As chamas aumentaram 234%.

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas (INPE), a maior floresta tropical do planeta registrou 38.266 focos de incêndio em agosto, o maior número para o mês desde 2010.

Vista aérea dos incêndios na Amazônia (EVARISTO SA/AFP)
Vista aérea dos incêndios na Amazônia (EVARISTO SA/AFP)

No total, Amazônia brasileira soma 63.189 focos de incêndio no anoo dobro dos registrados no mesmo período de 2023 e o maior dos últimos 14 anos.

Especialistas atribuem as chamas à intensa onda de calor vivida no bioma, que está acima da média e que desencadeou fortemente incêndios na selva desde julho, efeito das mudanças climáticas que o planeta vive.

Em agosto, a grande maioria dos incêndios concentrou-se na região sul do bioma em três estados: Pará, Amazonas e Mato Grosso.

(Com informações da Europa Press e EFE)

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