Uns retumbantes 77% dos cidadãos acreditam que César Acuña, líder da Aliança para o Progresso e atual governador regional de La Libertad, deveria definitivamente se aposentar da política. É o que revela a Pesquisa de Energia 2023, pesquisa realizada pela Ipsos Peru em colaboração com a Semana Económica.
Sua figura, marcada por uma série de escândalos e acusações de corrupção, foi amplamente rejeitada pelos eleitores. Mas a pesquisa não só indica um nível de desaprovação sem precedentes em relação ao empresário, como também reflete uma frustração geral com empresários que se aventuraram na política sem oferecer resultados satisfatórios.
Acuña, conhecido pelo seu papel no sector da educação e pela sua tentativa de se estabelecer como um poderoso líder político, enfrenta uma condenação quase unânime do eleitorado. Especificamente, esta rejeição põe em causa a sua capacidade de liderança e questiona a viabilidade do seu partido e das suas propostas políticas.
Pois bem, embora sua carreira tenha sido marcada por uma notável carreira na área empresarial, destacando-se na criação e expansão da Universidade César Vallejo e outras instituições de ensino, além de ocupar cargos como prefeito de Trujillo e governador regional de La Libertad, sua carreira foi atolada em polêmicas e acusações de corrupção que afetaram sua reputação e desempenho.
Vários casos se destacam entre as principais investigações. De acordo com uma investigação de Olho Públicoconduzido pela jornalista Magali Estrada, em setembro de 2022, Acuña foi alvo de polêmica devido ao vazamento de um áudio que revelava suas tentativas de manipular a política regional em favor de seu partido em La Libertad.
Na gravação Acuña instruiu o ex-presidente do Congresso Senhora Camonespara acelerar a criação do distrito de Alto Trujillo com o objetivo de beneficiar sua candidatura. Além disso, foi ouvido recomendando que Camones evitasse apoiar a lei de reativação do projeto Chavimochic, ligado à empresa Odebrecht, para evitar possíveis conflitos de interesse.
Da mesma forma, entre 2005 e 2022, foram abertas 72 pastas fiscais tendo Acuña como protagonista, das quais 64 envolveu-o como réu. Os casos incluem acusações de tráfico de influência, poluição, abuso de autoridade, falsificação de documentos e lavagem de dinheirocom pelo menos 15 investigações ainda ativas.
Além disso, Acuña foi multado pela Secretaria Nacional de Processos Eleitorais (ONPE) com mais de S/9 milhões em 2012 por receber contribuições ilegais de sua universidade.
A pesquisa também apresenta outros empresários que participaram da política, com José Luna Gálvez e Rafael López Aliaga aparecendo com altos níveis de desaprovação de 44% e 28%respectivamente.
Embora esses números sejam visivelmente inferiores aos de Acuña, demonstram um padrão de insatisfação com a participação dos empresários em cargos políticos.
Contudo, contrariando a tendência geral de rejeição, a pesquisa mostra que números como Roque Benavides e Carlos Añaños Eles têm um apoio notável. Benavides, conhecido por seu sucesso no setor mineiro, e Añaños, famoso pela criação da Inca Kola, aparecem como exceções em um mar de desaprovação.
De acordo com a análise, este apoio poderia sugerir uma abertura para empresários que demonstrem não só sucesso na esfera privada, mas também um compromisso genuíno com o bem-estar público.