Lucy: Uma Ancestral Humana com Limitações na Corrida
Recentemente, simulações em 3D do Australopithecus afarensis, um hominídeo que viveu há mais de 3 milhões de anos, revelaram que ele corria de forma bastante diferente dos humanos modernos. Embora se loco movesse sobre duas pernas, sua velocidade era limitada.
Essa descoberta, publicada na Current Biology, foi possível graças à análise de modelos digitais do esqueleto de “Lucy”, um espécime de A. afarensis quase completo. Os pesquisadores utilizaram características musculares de macacos modernos e a área de superfície dos ossos de Lucy para estimar sua massa muscular.
Comparando a Corrida de Lucy com a dos Humanos Modernos
Com base nisso, criaram um simulador para fazer o modelo de Lucy “correr” e compararam seu desempenho com o de um humano moderno. As simulações mostraram que Lucy conseguia correr sobre duas pernas, mesmo sem o tendão de Aquiles alongado e as fibras musculares encurtadas, características importantes para a corrida de resistência em humanos.
No entanto, Lucy atingia no máximo cerca de 5 metros por segundo, enquanto o modelo humano chegava a 8 metros por segundo. Mesmo com músculos humanos, Lucy ainda era mais lenta, indicando que suas proporções físicas limitavam sua velocidade.
Evolução da Corrida: A Importância dos Músculos do Tornozelo na Corrida
Os pesquisadores também avaliaram o papel dos músculos no gasto de energia durante a corrida. Ao adicionar músculos do tornozelo semelhantes aos humanos no modelo de Lucy, o custo de energia se tornou comparável ao de outros animais de tamanho similar.
Porém, todavia, com músculos de macaco no tornozelo, correr se tornava mais cansativo para Lucy. Isso sugere que as adaptações no tendão de Aquiles e nos músculos do tornozelo permitem que os humanos modernos corram por longos períodos.
A Evolução da Corrida Humana: Um Processo Gradual
Em suma, o estudo demonstra que a evolução da corrida humana foi um processo gradual, com adaptações anatômicas que, por sua vez, permitiram o aumento da velocidade e da resistência. Além disso, o estudo destaca a importância da corrida na história evolutiva humana, uma vez que possibilitou a caça e a sobrevivência da espécie. No entanto, ainda há muito a ser descoberto sobre como a corrida moldou o corpo humano ao longo do tempo. Por fim, o estudo abre caminho para novas pesquisas sobre a evolução da corrida e seu impacto na saúde humana. Essas adaptações, como o tendão de Aquiles alongado e os músculos do tornozelo fortalecidos, foram essenciais para o sucesso dos humanos na caça e na migração.
A capacidade de correr longas distâncias é uma característica que nos distingue de nossos ancestrais e que desempenhou um papel fundamental na nossa evolução. Estudos como esse nos ajudam a compreender melhor essa história e a apreciar a complexidade do corpo humano.